quarta-feira, março 19, 2008

Respeita os sofrimentos do teu povo!

Era uma vez, em um país de uma terra muito distante, que era tão longe que a gente nem é capaz de imaginar a distância. Um pequeno homem de bigode pequeno achava que ele sabia qual o caminho que todos deviam seguir para serem felizes. Ele jurava que jamais, antes dele, ninguém ousara pensar em fazer o povo tão feliz quanto ele era capaz de fazer. Esse home tinha um bigode aparado. E ele fez a econmia do seu país crescer e muitos ficaram felizes, até que um dia....

Noutra terra, tão longe que terminava ficando perto daquela que era longe, tinha esse outro homem que tinha um bigode e uma barba rala que nem sempre ele podia cuidar, tanto era o tempo que ele passava conversando e debatendo com o povo e os não povo. Para não ficar parecido com aquele homem daquela terra distante, ele começou a deixar a barba crescer. Assim ele podia lembrar o Jesus da Editora Paulinas, ou com Joaquim, o José da Silva Xavier, mas também podia ficar parecido com alguém que estava fora do sistema.

Esse homem, de barba assanhada e voz rouca, sempre achou que conversar era o melhor remédio para qualquer situação. Ele entendia que o grande problema é que os governantes jamais ouviam o que os outros membros da sociedade tinham para dizer. Negociação, debate, acordo, eram palavras que levariam, para ele, à construção da democracia. Ou seja, para ele a democracia, o debate democrático era o caminho, ainda que fosse mais demorado, mas o fim valeria à pena. Era no tempo em que a sua barba era revolta e preta. Depois ela foi ficando ruiva depois amarelecida e, finalmente branca. Aos poucos quem queria parecer José Joaquim Xavier, aquele que era da Silva, foi ficando parecido com Gepeto (aquele que prefere fazer uma criança de madeira) ou Nicolau (aquele que distribui presentes para os meninos bonzinhos e meninas boazinhas).

Depois de um tempo, esse tempo em que ele ficou dirigindo o que parece um circo, ele chegou à conclusão que não se pode governar esperando os “debates democráticos” do congresso, porque ninguém consegue governar sem decretos leis, agora renomeados de Medidas Previsórias, ou MP, como se diz nos restaurantes de Macombo.

Ainda que com barba branca, o seu discurso começa a ficar parecido com o moço do bigodinho preto aparado, aquele da terra distante que fica próximo da distante terra onde vive o homem das barbas brancas.

Bem que o povo de Cabrobó, Exu, Salgueiro, achou estranho aquele filho de Januário, e comentava:

Pois é, o Luiz “Nem parece aquele matuto que saiu daqui em 1930...(50) ‘amalero’, magro, buchudo, zambeta, feio c’a peste. Agora tá gordo, Bonito rosado. O nego enricou! Tá rico. Só anda com uma casimira lascada..”

Eita Luiz Gonzaga, o poeta profeta do Sertão.

Naquela música se pedia pra Luiz respeitar Januário. O velho pai que não foi buscar a riqueza no “sul maravilha”, mas ficou tocando o oito baixos, conversando para tirar música, sem sanfona de cento e vinte baixos, tantos desnecessários.

Bem que a gente, mesmo sem ser Januário, deveria receber mais respeito desse outro Luiz. Fico pensando no que diria a moça do parque de Niemeyer da Boa Viagem, né João!!!

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