Houve um tempo em que se mencionava uma história vinda das Arábias que contava as aventuras de um homem honesto que foi surpreendido pela sorte; um dia ele encontrou uma caverna que servia de esconderijo para uma quadrilha formada por Quarenta Ladrões e um chefe. Este homem, bafejado pela sorte, tinha a alcunha de Ali Babá. Ele não era um ladrão, não chefiava a quadrilha que roubava a região, mas era o homem que descobrira o que os ladrões faziam e onde ocultavam as riquezas roubadas. Observando os hábitos dos criminososm ele aprendeu até a linguagem necessária para ter acesso às riquezas dos ladrões.
Após ter descoberto os ardis dos criminosos, bem que Ali Babá poderia ter ido ao califa, informado aos tribunais o local do esconderijo. Mas o bom homem resolveu guardar para si o segredo e decidiu roubar os ladrões. Assim, pouco a pouco ele foi roubando os ladrões. Alimentava a esperança de que jamais seria descoberto pois o que retirara para si era pouco, em relação ao que havia naquela caverna.
Assim, como por milagre, Ali Babá ficou rico e passou a morar melhor e ter mais possibilidades de fazer o bem, distribuir alguma comida para os pobres, ajudar alguns vizinhos, uma vez que Alá lhe dera tantas riqueza. Alí Babá assim foi se tornando um homem cada vez mais rico e reconhecido como bom.
Entretanto os ladrões notaram que estavam sendo pilhados e resolveram descobrir quem os havia lesado. E viram como Ali Babá havia mudado de vida em pouco tempo. De simples trabalhador tornara-se alguém importante na cidade, sendo saudado por muitos como uma verdadeira bênção que Alá havia mandado para o lugar. Até sua mulher tornou-se mais bonita.
Acontece que os ladrões descobriram que estavam sendo roubados e não gostaram da idéia de serem enganados por um homem tão simples e resolveram agir. Os ladrões então disfarçaram-se de vendedores de óleo, e foram procurar o Escolhido de Alá. Alí Babá os acolheu em sua casa, mas já havia aprendido os modos dos ladrões e os reconheceu, apesar do disfarce. Percebendo que perigava a sua situação, Alí Babá tomou iniciativa e conseguiu eliminar os seus perseguidores, inclusive o chefe do bando. Mais uma vez, alí Babá nada disse às autoridades, pois ele agia como se não soubesse o que ocorria ao seu redor.
Ali Babá, que começou a história como um homem pobre e bom, terminou por matar os quarenta ladrões e o seu chefe, ficando com a riqueza que os criminosos roubaram. Essa história tem sido contada no nosso mundo político como se Alí Babá fosse o chefe dos criminosos, o chefe dos ladrões. Não Alí Babá não sabia como roubar, parecia ser ingênuo. É no decorrer da História que ele apresenta a sua face de aproveitador das oportunidades enquanto aparenta continuar ser o ohomem simples de sempre. Mas, se prestarmos bem atenção à história, veremos que Alí Babá se tornou o maior dos ladrões, o melhor deles, pois ficou com a riqueza, enquanto os tradicionais ladrões foram castigados.
Hoje, o Supremo Tribunal Federal decidiu que havia uma quadsrilha de Quarenta Ladrões próximos ao Palácio da Alvorada, inclusive nomeando o chefe. Na história que no vem das Arábias Alí Babá não é indiciado em nenhum crime, embora tenha sido o maior beneficiário dos atos dos criminosos.
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