quarta-feira, dezembro 11, 2024

ACIDENTES ATUAIS DO OCIDENTE

ACIDENTES ATUAIS DO OCIDENTE Severino Vicente da Silva – Biu Vicente São poucas as surpresas que os que tocam flauta ou lira nos concedem, estão sempre a busca de um som paradoxal pra suas orquestras. Há dois dias do aniversário do famigerado do 5º Ato Institucional decretado pela ditadura imposta ao Brasil em 1964, eis que os que carregam o DNA da violência autoritária, votam contra as leis de controle das armas, e aprovam anistia para os que ilegalmente carregam e guardam armas. Diz a lira alagoana, desafinada com o a canção do povo que deseja viver sem a violência das milícias e das despreparadas polícias, que a liberação de armas trarão maior segurança à população. Ao repetir o mantra do inelegível, que foi comido pela história, será que estaria, a lira tocando o fagote presidenciável, pois que ocorre de assistirmos a broxa do imbroxável? Dito de outra forma, a lira canta que o imbrochável perdeu o rumo? Talvez não, pode ser que, às vésperas de deixar de ser o patrono da presidência tenha ele perdido o Norte ou o Ocidente de sua vida. O que ele menos deseja é ser jogado ao Sul do equador, daí estar em busca de acordos com o submundo legislativo. Do outro lado do mundo Bashar al Assad, foi assado pelos que lhes forneceram armas e fogo suficiente para destruir seu povo. Agora perambula em algum palácio dourado da velha Rússia, eventualmente encontrando o novo Czar. A Síria pode continuar ajudando os fabricantes e vendedores de armas, com dois ou mais exércitos a serem municiados. Os pacíficos europeus, cada dia mais xenófobos, podem ter que receber novas levas de foragidos, chegados das terras bíblicas e corâmicas. Ali próximo do Líbano continua a destruição de Gaza, da Palestina, e o executor dessa “honrosa atividade”, a guerra, é o Estado de Israel, fundado após uma ação genocida dos nazistas alemães. Tendo aprendido como matar, o Estado de Israel é, no momento, o Master Maximus, garantindo vida longa aos Cavaleiros do Apocalipse. Voltaram os tempos de Josué, tempo dos cercos a cidades, destruindo as fontes de água e a chegada dos alimentos: a Fome, a Guerra são as forças das doenças. Ao lado do Líbano, onde, dizem, que Salomão foi buscar árvores e trabalhadores para a construção do Templo, está a Síria, e nela Damasco. A tradição nos conta que, carregado com o ódio das boas intenções, Saulo de Tarso deixou Jerusalém para, em Damasco, ser a mão da vingança de Jeová contra o infiel movimento de Jesus. Caiu do cavalo apocalíptico, tornou-se um jesuíno, depois dito cristão, organizador das ideias que fizeram as bases da Europa. Outra base chegou com o comércio e com as armas em nome do Deus de Maomé, que unificou o idioma, o mais profundo agente cultural. Depois de todas essas divindades e crenças, o Líbano tornou-se uma sociedade de convivência universalizante até as guerras do século XX serem realizadas para evitar o fim do chamado Ocidente que, se fosse tomado a sério, deveria olhar, ler melhor Kalil Gibran. Diferentemente do que escreveu Roger Garaudy, o Ocidente não é um acidente, mas um projeto. O projeto de Ocidente tem se tornado mais tangível no Brasil, que sempre recebeu os europeus (portugueses, franceses, ingleses, neerlandeses, alemães, poloneses, austríacos); os sírios, os turcos, os libaneses, os judeus, sauditas, palestinos; chineses, japoneses, coreanos; russos, ucranianos; os angolanos, os moçambiquenhos, marfinenses. Nigerianos, santomense; estadunidenses, colombianos, venezuelanos, bolivianos, e muitos outros povos de todos continentes. Entretanto o grande sonho é ser europeu, de preferência branco, com suas múltiplas culturas, mas com coceitos negativos sobre os demais, O mais ricos no Brasil, que são em sua maioria brancos, desejam negar suas origens não europeias e, como durante três seculos e meio puseram os povos provenientes da África a trabalhar como escravos, seu preconceito maior se volta para essa população, pois julgam que seer ocidentais significa não ser negro, não “ter o pé na cozinha”, como uma vez disse o presidente sociólogo, mas que pede que esqueçam o que disse. Também o ditador general João Batista Figueredo pediu o mesmo. Mas, como ensina Stuart Hall, os europeus ocidentais não sabem onde termina o Ocidente. Só os brasileiros que moram em torno do Trópico de Capricórnio sabem o que é Ocidente. Mas, por influência do pensamento, profundo como um pires, do incomível, estão em dúvida nesse natal. Com medo de levar seus filhotes a sentar no colo de um “comunista”, um homem vestido de vermelho, decidiram que o Papai Noel que a Coca Cola inventou não pode ser vestido de vermelho, mas de verde e amarelo. Com isso eles negam os dosi maiores símbolos do Ocidente, criados na sociedade mais defensora do mundo ocidental. Uma das devoções cristãs, anteriores ao desenvolvimento da Obstetrícia, é a Nossa Senhora do Ó, que lembra as dores de parto pelas quais passou Maria, a mãe de Jesus. Embora as mulheres continuem dizendo os seus “ós”, precisamos também que Nossa Senhora da Paciência, nos acuda contra esses imbecis que falam do que não entendem e não estudam pois pensam que já sabem. Que a Senhora da Sabedoria nos conceda a Paciência, que nos proteja com um Bom Parto, pois como disse São Paulo (cristãos católicos) ou Paulo de Tarso (cristãos não católicos) o mundo, a história, vive em dores de parto. Feliz Natal. Bom Parto para todos e Sabedoria durante o tempo que vem a seguir. Ouro Preto, Olinda 11 de dezembro de 2024. Festa de São Dâmaso, papa. Severino Vicente da Silva – Biu Vicente

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