domingo, abril 07, 2024

Abril e algumas observações

Abril e algumas observações Prof. Severino Vicente da Silva Bem, estamos em abril, quarto mês gregoriano, mas um ano interminável para os habitantes do Território Palestino, que sofre uma luta interminável desde que os descendentes de Abrão, chefe de uma das famílias de Sem filho de Noé, decidiram que as terras habitadas pelos descendente de Cam, filho de Noé deveria ser deles e, sob a liderança de Moisés e Josué começaram uma guerra que vem até os dias de hoje. Esse é o mito, e ele foi inscrito e escrito no Antigo Testamento judaico, no livro do Gênesis. Um briga de família, poderíamos dizer, de quem se agarra ao passado e impede a geração de novos tempos e esperanças. E o atual primeiro-ministro de Israel parece que se entende como uma dádiva de seu deus para conquistar definitivamente o território que era habitado pelos descendentes de Cam, os cananeus. Estou dizendo parece, não tenho a certeza de Bibi Natanyahu. No início de abril de 2024, quase se completava o genocídio promovido pelo Estado de Israel que, com suas atitudes demonstram que o verdadeiro vencedor da guerra terminada em 1945 foi o pensamento e a obra de Adolfo Hitler, o organizador da Banalização do mal. Benjamin, casualmente significa “o filho da direita”. // Esta guerra pelo controle da terra, pela apropriação da terra – quem tem a terra tem o homem – tem sido uma constante da ação humana desde que os Sapiens Sapiens começaram a se verem diferentes dos outros animais, aqueles que foram dominados por eles. Agora quando desejam justificar a matança de algum grupo humano, logo começam a chamá-los de animais. Aliás essa prática sempre existiu, mas os europeus, desde o Renascimento cultural se esforçaram para inibir essa tendência, foram aperfeiçoando o que Norbert Elias chamou de processo civilizador. Esse conceito de civilizado foi aplicado basicamente para os grupos sociais que tinham o poder, um vez que eram os possuidores das terras e dos homens que nela viviam. Claro que, mutatis mutantis, podemos pensar que processo semelhante ocorreu fora da Europa e, como não conhecemos muito bem, admira-se muito o jeito dos indianos, chineses, japoneses que, com sua “sabedoria”, seduzem os que não os conhecem ou, não querem admitir que eles são tão humanos quanto os europeus. Sabemos que enquanto construíam suas civilizações, os povos civilizados promoveram alguns genocídios, eliminando ut que se interpunham em seus processos. É a história da humanidade, a qual ainda está no início da sua madrugada, como escreveu, um dia, um utópico jovem da Baviera, exilado na Londres ‘civilizada’ enquanto a Alemanha procurava a sua cultura ou civilização. Alguns desses ‘alemães’ chegaram ao sul do continente americano, outros foram o norte do mesmo continente e, finalmente, alguns foram ‘civilizar” a África do Sul, criando o apartheid. Para civilizados, ‘aqueles animais’ não tinham sentimentos , podiam ser caçados como foi feito com uma enorme quantidade de espécies de seres vivos, sacrificados para a ereção e glorificação das sociedades civilizadas. Em um tempo foram as lutas as lutas dos gladiadores nas arenas romanas, depois os torneios de cavalheiros em honra de alguma dama; em tempos mais recentes as matanças no Congo Belga. Agora os novos gladiadores, treinados em quartéis preparatórios, alguns, e outros por boas mães em seus condomínios fechados, saem em busca de presas, não em cavalos, mas em seus Porsche. // Desde o calendário Juliano que o mês de abril é dedicado ao deus da guerra, Marte ou Aries, conforme a sua escolha cultural. Grécia e Roma não parece terem sido criadores de futuro. Nelas não há utopias; encontram-se reflexões sobre o homem daquele momento e, suas reflexões servem para ajudar o comportamento dos homens nas suas sociedades, mas não há sonhos, esses são suprimidos no seu nascedouro, ou tentam, como Herodes, matar o que promete ser, e o que promete ser é sempre uma ameaça o que é. Toda novidade deve morrer quando está a nascer, pois assim é que se mantém os impérios. As guerras organizadas matam os jovens, as mulheres e as crianças. Jovens mulheres e crianças são um perigo para os poderosos. Quando não matam fisicamente os jovens, matam o espírito em salas de aulas, em caminhadas excessivas, atividades físicas que levam à exaustão e são premiadas com luzes, gestos e festas rapidamente esquecidas, que se tornam nostalgias, lembranças. Fazer algo para ser esquecido, ou lembrado de maneira isolada, perder-se sem história, sem relação com quem o rodeia, com quem o preparou, com que pagou, com que levou seus pratos sujos e roupas manchada. O discóbolo é o auge grego, como o álbum de fotografias sem datas ou nomes. // O grande desafio é superar o discóbolo, é não seguir o ensinamento de uma pessoa que, em órgão de preservação do patrimônio histórico de uma cidade que disse: historiadores são saudosistas.

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