domingo, setembro 01, 2024
AOS 74, UMA LEMBRANÇA DOS 17 ANOS
AOS 74 E QUATRO, UMA LEMBRANÇA DOS 17 ANOS
Severino Vicente da Silva - Biu Vicente.
1º de setembro de 2024.
Vez por outra nos assalta lembranças de momentos que jamais esquecemos, permanentes que ficaram em nossa mente, continuam fazer parte de nossa existência de modo consciente. Tenho essa sensação no que se refere a uma pequena viagem que realizei à Palmeira dos Índios. Havia, recentemente, completado 17 anos de vida e estava evolvido com a organização e animação de grupos de jovens católicos. Pertencia à Paróquia de Nova Descoberta que, à época estava sendo assistida por padres de afirma nacionalidade estadunidense, fruto de um convênio assinado, ainda no bispado de Dom Carlos Coelho, entre as arquidioceses de Olinda e Recife e Detroit. Estavam atendendo um pedido do papa João XXIIIi para que fossem enviados padres para a América Latina, tendo em vista a possível expansão do comunismo após a vitória da Revolução Cubana. Mas não foi apenas Pernambuco que recebeu sacerdotes missionários, pois Palmeira dos Índios estava sendo atendida por padres Oblatos de Maria, só que de origem canadense. O grupo de jovens de NOva Descoberta foi convidado a participar de um seminário naquela paróquia alagoana, pelo vigário padre Donald. Fomos em grupo formado por Samuel Freitas, Josenita Monteiro (Nita), Josenita Arcanjo (Dói) e eu. Passamos a semana e eu aproveitei para fazer um ritual que tenho: andar pela cidade, olhando suas ruas, becos, praças, pessoas nas ruas, edifícios, etc. Assim conheço o local sem a interferência de olhares comprometidos e acumulo informações que utilizo em minhas falas. Faço isso até os dias de hoje, quando vou a lugares pela vez primeira. Fiz uma palestra no encerramento do encontro que não agradou muito aos meus novos amigos/conhecidos na cidade. Durante a semana ouvi a constante reclamação sobre o poderio do Império Estadunidense que tratava a todos como Colonia. Sem negar afirmações como essa, perguntei se havia alguma lei proveniente dos Estados Unidos que proibia crianças entrar, nas escolas, de chinelo. Sim eu assisti essa prática, e ao mencioná-la provoquei ira no auditório, tendo que sair de lá protegido por alguns amigos da paróquia. Retornamos para o Recife no dia seguinte, e na viagem o radio de pilha nos informou que havia iniciado uma guerra entre Israel e a República Árabe Unida - RAU, tendo os israelenses destruído a força aérea do Egito, Síria e Jordânia. Então comentei: a gente não pode sair de casa que começa uma guerra que não se sabe quando acaba enquanto acabam as nações
Nesta semana estou lendo O Naufrágio das Civilizações, escrito por Amin Maalouf, filósofo, membro da Academia Francesa desde 2011ii , na página 92 ele assim escreve: Eu seria quase tentado a escrever, pr eto no branco: segunda feira, 5 de junho e 1967, nasceu o desespero árabe. Naquele ano, Amin Maalouf, que nasceu em 1950, estava com 17 anos. Ele lembra que seus colegas estudantes traziam notícias, publicadas nos jornais, de que o exército e a força aérea israelenses haviam sido destruídas. Eram as falsas noticias, enganavam o povo, escondiam o fracasso, que não foi apenas dos árabes, mas das civilizações, incapazes de dialogar, o que as encaminhou para o naufrágio.
Neste ano de 2024, estamos assistindo à destruição da Faixa de Gaza. A destruição dos prédios, nem se nota, é acompanhada com a destruição da esperança, a destruição da da esperança é a destruição das civilizações que, construída no passado, rejeitamos agora.
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