terça-feira, abril 01, 2025

O QUE PENSAR NO DIA 1º DE ABRIL DE 2025

O QUE PENSAR NO DIA 1ºDEABRIL DE 2025. Severino Vicente da Silva – Biu Vicente. Faz 61 anos do golpe de estado, frustrado pelo suicídio de Getúlio Vargas; depois ocorreu a tentativa de evitar o governo de Juscelino Kubstchek, graças à ação do militar do “livrinho”, o Marechal Henrique Teixeira Lott, o mesmo que se candidatou para enfrentar Jânio Quadros, o professor meio louco que sozinho pretendia salvar o Brasil. Após ter derrotado o Marechal democrata o Com apoio das “forças ocultas” Jânio foi descartado pelas mesmas. Mas o descarte teve que ser completado com o impedimento do vice-presidente João Goulart, contudo o golpe ficou pela metade e criaram o Parlamentarismo de ocasião. Mas eles não desistiam. Faz 61 anos que o vigário da comunidade católica de Hollywood transferiu para o Brasil a sua pastoral em defesa da família, do Deus dos proprietários contra o comunismo, era uma cruzada que pôs parte do Brasil a rezar o Rosário e promover passeatas para a recitação do Rosário em Praça pública e salvar o país do comunismo. Essa preparação dos espíritos dos pobres de espírito e de dinheiro, não ocorreu isolada, ao lado dela esteve o financiamento de candidatos capazes de vender ou dar o Brasil, destruindo patrimônio nacional deixado por Getúlio Vargas, esteve a constante ameaça de uma invasão do território brasileiro, caso achassem necessário. Conta-se anedota na qual Lincoln Gordon, embaixador americano, ao ver uma placa “o Brasil é nosso”, teria dito sarcasticamente: “querendo nos roubar ladrãozinho?” 61 anos, após chamar o General Castelo Branco “cagão”, o general Mourão Filho, pôs as tropas que comandava a marchar para pôr fim ao governo que tolerava, o governo de João Goulart que cometia o “erro” de ser nacionalista, imaginar fazer uma Reforma Agrária, tornar brasileira a universidade brasileira, fortalecer a indústria nacional. Há 61 anos, setores conservadores reagiram contra as liberdades dos brasileiros e golpearam as possibilidades de um Brasil autônomo e livre, fortalecendo a tendência colonialista dos Estados Unidos da América do Norte. Começava um tempo, como disse uma vez o embaixador brasileiro em Washington e chanceler, o general Juraci Magalhães: “o que é bom para os Estados Unidos é bom para o Brasil”. Era o tempo da Guerra Fria, do marcatismo e do processo e exclusão de Cuba da Organização dos Estados Americanos – OEA, o tempo de golpes de estado contra as democracias, financiadas pela Central de Inteligência Americana – CIA. Fortal Oeceu-se a ideia e prática para que que os assumissem os valores da sociedade americana, esforço realizado através de ações como o Corpo de Paz, a USAID, o que foi feito como a colaboração das igrejas cristãs – católica e protestantes – que passaram a olhar esta parte do mundo como território de Missão. A Guerra dos Deuses foi vivida mais intensa: um grupo buscava a libertação, outro visava os benefícios materiais. Ambos serviram a Baal. A conquista da América Latina era a conquista dos corações e mentes: a produção cinematográfica pretendia seduzir a juventude com os filmes e cultivo dos astros que serviam de modelos de estilo de vida; bolsas de estudos eram ofertadas a universitários que, ao voltar, tornaram-se os organizadores do sistema de pós-graduação, enquanto eram esquecidos os anos iniciais da vida escolar: foi sendo organizada uma casta intelectual coincidente com as tradicionais famílias que sempre dominaram as terras e os governos brasileiros. Os operários tiveram seus salários congelados e diminuídos seus direitos, aqueles que foram conquistados no tempo de Getúlio Vargas. Mas nem todas os religiosos sucumbiram ao canto da sereia, nem todos os jovens aceitaram a escravidão que o possível sucesso prometia, e desde o início houve a resistência que crescia nas intuições dominadas pelo nacionalismo falso, pelo entreguismo fácil. Ficaram com o seu povo nas organizações sociais, na luta pela recuperação e expansão dos direitos sociais e, por isso foram perseguidos pelos “Donos do Poder” e sofreram prisão, exclusão social; outros jovens radicalizaram e formaram grupos de resistência armada, nas cidades e nos muitos sertões e grotões. Foram presos, alguns mortos onde eram encontrados, outros levados a unidades escondidas nos quartéis do exércitos, onde eram seviciados, torturados, alguns mortos e seus corpo desaparecidos, no mar ou incineradores armados em sítios distantes. Os ditadores militares causaram a destruição de cérebros que seriam úteis ao povo brasileiros, destruíram uma geração corajosa e cheia de vida,esperança e confiança no seu povo. Os que fizeram o movimento golpista de 1964, criaram uma ditadura, destruíram um Brasil que estava sendo construído,para que os seus mentores da Escola Superior de Guerra de Washington, mantivesse o seu envergonhado império, pois envergonharam uma geração de jovens estadunidenses. As ordens para matar a juventude brasileira, emanada por um ditador marcou o processo de vitória do povo sobre as forças da morte. Mas eles se agarraram ao poder com uma “abertura gradual e segura”, o que permitiu que hoje tenhamos novos fascistas rondando e querendo impor nova ditadura, utilizando uma massa que segue o primeiro boi de berrar à sua frente, pois perderam a capacidade de discernimento. Hoje, 61 anos depois daquele momento que inaugurou “página infeliz da nossa história” , devemos continuar a luta pela liberdade do povo brasileiro. Essa nossa homenagem àqueles que pavimentaram com suor, sangue e lágrimas, o caminho de um país livre de altivo. Ouro Preto, Olinda, 1º de abril de 2025.

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