segunda-feira, novembro 24, 2025

Da Poesia de Patativa do Assaré ao Instituto Histórico de Olinda. Severino Vicente da Silva, presidente do IHO. Professor aposentado da UFPE, Ao iniciar sua bela, poética descrição sobre as esperanças e sofrimentos dos nordestinos que, foram tangidos de sua terra materna na seca dos anos 1950, Patativa do Assaré inicia com as esperanças de chuvas nos meses de outubro, novembro e, a partir de dezembro, com a não chegadas das barras de chuva naquele mês, ele conta a busca das águas nas experiências. Mas é o sol queimando a terra que ele deixa após vendê-la por pouco dinheiro ao “feliz fazendeiro”. Então migra para terras estranhas, onde será tratado como “escravo nas terras do Norte e do Sul”. A terra da qual ele se despede é das primeiras, no Brasil, que sofrem as variações climáticas, esse enorme desafio que a humanidade tem que que vencer, mas que os felizes fazendeiros do agronegócio, os donos do capital, pouca importância dá aos sofrimentos de gente que mora na periferia e preferem os manter “como escravos no Norte e no Sul”, como ficou demonstrado nos dias finais e no documento final da COP30, realizada em Belém do Pará. O mês de novembro trouxe a novidade da paz que Trump e Putin desejam para pôr fim a uma guerra invasora Russa sobre a Ucrania, sendo novidade que os ucranianos devem entregar pedaços de suas terras à Rússia, pois se não o fizerem os Estados Unidos da América irão retirar todas as ajudas que atualmente eles dão país limítrofe com a Rússia, o que significa entregar a Ucrania à potência Oriental. Como todas as guerras, esta é uma insanidade, e que sendo organizada por dois dos maiores criminosos de guerra, na atualidade. Mais uma “paz” que sai do gabinete de Trump, o que garante a alegria dos que vendem armas para os beligerantes. Neste lado do globo, Trump iniciou uma guerra “contra o narcotráfico” venezuelano, mas não desenvolve políticas sociais capazes de diminuir o fluxo de drogas para o seu país, e o consumo de drogas dos jovens estadunidenses. Nessa guerra que prepara a invasão da Venezuela, têm-se a maior concentração de barcos, aviões e porta-aviões em mares limítrofes na América Latina que, desde o século XIX, os estadunidenses tratam como seu sítio. Daí a surpresa causada pelo Brasil dirigido por Luiz Inácio da Silva, que é filho de uma mulher que pode até quebrar, mas não se curva, como desejam alguns brasileiros de nome estravagante que, até pouco governavam o Brasil, sequenciando os felizes fazendeiros estabelecidos na Faria Lima, nome tomado emprestado de um brigadeiro. Neste novembro, que tem um dia para que a sociedade brasileira reflita a Consciência Negra, ou seja tome consciência que ela é formada por negros que, escravizados da África, que também foram responsáveis pela criação das riquezas que fizeram felizes os fazendeiros, responsáveis pela abertura de estradas, construção de casas, pontes, igrejas e outros equipamentos que são parte da socialização e formação do Brasil. A sociedade brasileira deve tomar consciência da importância desse grupo formador do povo brasileiro, até mesmo com a doação, quase forçada, de sua carga genética que, junto aos índios e brancos formaram o povo mestiço e alegre que somos. Os “felizes fazendeiros” nos fizeram esquecer isso, perder nossa CONSCIÊNCIA em escolas que, até os dias atuais mantém os modelos do século XIX. Buscando resgatar as raízes e fortalecer a nossa consciência como povo, o Instituto Histórico de Olinda promoveu, com o apoio do IPHAN, da Senadora Tereza Leitão e de vários outros institutos históricos de municípios pernambucanos a exposição OLINDA RUMO AOS QUINHENTOS ANOS, com fotografias de época e atuais, as diversas fases vivida na sua construção, desde a Guerra de Duarte Coelho contra os indígenas Caeté. Como todas as histórias, Olinda Foi feita com suar, risos, lágrimas e sangue. Essas são memórias desse outubro/novembro de 2025. Bultrins, Olinda, 23 de novembro de 2025, dia da Clausura da 3ª sessão do Concílio Vaticano II.

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