quinta-feira, março 22, 2007

Os "heróis" de Lula

A vida é sempre um processo de mudanças, uma impossibilidade de estagnação. Contudo nos surpreende sempre como certas opinniões mudam e, ocorrem em uma direção que nos era insupeitada.
A minha vida tem ocorrido, salvo alguns lapsos, aqui na zona litorânea de Pernambuco, apesar de ter nascido na Zona da Mata Norte do Estado. É do conhecimento de todos que Litoral e Mata pernambucanas foram desocupadas e reocupadas pela cultura da cana da acúcar, desde o século XVI. Nesses séculos aqui se formou uma casta que tem dominado e governado a região desde então. A maior parte da população sofre uma situação de necessidade que tem sido refletida e cantada, por populares e membros da sucralocracia. Até mesmo se inventou uma certa maneira de morte - a Morte Severina - a que se "morre de velho antes dos trinta, de bala antes dos vinte e de fome um pouco por dia". Essa frase, escrita por um membro da aristocracia d açúcar, ainda que de ramo decadente, (não por culpa dos explroados) bem explica a razão de a população não ter muita gratidão aos usineiros.
Todos os que estão acima dos cinqüenta anos de idade lembram que só no início dos anos sessenta os usineiros e senhores de engenhos fornecedores de cana admitiram assinar a carteira dos cortadores de cana. Mas logo após o golpe militar de 1964, as carteiras de trabalho daqueles trabalhadores foram destruídas. Nos anos recentes, em decorrência das pesquisas para produzir alcool combustível, a área de ocupação do cultivo da cana fez diminuir o número de pequenos sítio, além de fazer aumentar o èxodo rural e a inchação das cidades. Isso ocorre no Nordeste, enquanto a expansão dos canaviais em outras regiões tem produzido o aumento de trabalhadores que vão a São Paulo cortar cana sem carteira de trabalho assinada, além de está em expansão sobre o Serrado e ameaçando a floresta amazônica.
Diante esses fatos a gente se surpeende em ouvir a presidente Luiz Inácio Lula da Silva dizer que os usineiros são "heróis" da nação.
Recentemente pesquisadores de universidades de São Paulo foram proibidos de conversar com os rabalhadores dos canaviais. Talvez temam que se descubra, que se comprove a existência de irregularidades em relação aos trabalhadores.
Os recentes discursos do presidente do Brasil nos faz lembrar uma frase evangélica, que ele deve conhecer muito bem, que diz: onde está o teu tesouro aí está o teu coração. O coração de Lula parce estar distante dos corações dos mais pobres, está quase repetindo um comportamento típico dos ditadores - queremos o progresso e o crescimento econômico e, caso haja alguém no meio do caminho, pior para quem estiver na frente.