quarta-feira, dezembro 05, 2007

Derrubaram as árvores da avenida Historiador Pereira da Costa, no Cabo de Santo Agostinho

Em sala de aula escutei o pedido para escrever sobre um crime ocorrido na cidade do Cabo de Santo Agostinho. Todos estamos quase nos acostumando a conviver com vários tipos de crimes, desde os realizados pelos pés descalços até aqueles cometidos pelos de colarinho branco e sapatos que pisam nos tapetes coloridos do congresso nacional. Criminosos criam fama e obrigam a sociedade a conviver com os seus crimes, fazendo acordos às escondidas e se escondendo em tapumes levantados à última hora. Salvam-se mandatos, fazem-se fortunas e árvores são derrubadas, com os seus frutos atuais e com os que iriam germinar.

Entre as árvores derrubadas recentemente, pediram-me para falar das que viviam cinco décadas na Avenida Historiador Pereira da Costa, no centro do Cabo de Santo Agostinho. Evidentemente o prefeito e a secretaria de meio ambiente daquele município (será que existe?) poderão nos dizer que há um projeto de colocar novas plantas, que um arquiteto famoso já pensou nisso e, todos verão que o prefeito está fazendo o Cabo de Santo Agostinho mais bonito.

Não sou cabense, sou um ser humano nascido em Pernambuco que se entristece quando se ataca o patrimônio social sem consultar a sociedade; quando se decide refazer uma avenida para aumentar a conta bancária de algum arquiteto famoso. Os prefeitos são sempre muito próximos a arquitetos, engenheiros, construtores, etc. às vezes são parentes ou participantes do mesmo partido político, ou de algum partido aliado. Muitos levam a sério que o importante é cuidar bem das pessoas, especialmente daquelas podem auxiliar na próxima campanha política.

Essas últimas considerações não se devem aplicar ao burgomestre que está com o Cabo sob sua responsabilidade. Mas é preocupante que exista gente que se contenta tanto em derrubar árvores, como se elas fossem criadas e crescidas da mesma forma que crescem as plantas virtuais nos computadores dos arquitetos, esses seres que parece não se sentirem responsáveis pelos projetos pensados em seus cérebros privilegiados. E isso quando se fala em aquecimento global e alguns setores da sociedade nos quer estimular a plantar uma nova árvore. Os que pensaram, arquitetaram e construíram o Projeto Manhattan (o que fez as bombas de Hiroshima e Nagasaki); justificavam-se dizendo que eles não eram responsáveis pela decisão de utilizar a bomba. Depois disseram que não tinham idéia da potência que criavam.

É tempo de os prefeitos cuidarem das pessoas comuns, daqueles que andam a pé e necessitam de sombras para proteger-se do sol que nos aquece e nos queima, quando não temos árvores.

Sr. Prefeito, o senhor já pensou no que os espanhóis farão quando souberem dessa barbaridade? O sr. não deve esquecer queeles estão preocupados com a questão climática. Aliás todas as pessoas com alguma intelugência e sensibilidade estão preocupadas com essa questão. Especialmente os políticos. Talvez fosse interessante se algum cabense retirasse do baú as fotos da avenida com as árvores, juntasse com as fotos da situação atual e as pusesse na internet. Vai ver o órgão de cooperação do governo espanhol venha em defesa do patrimônio natural e social das terras descobertas por Vicente Pizzon. Será que é alguma mágua com o Historiador Pereira da Costa porque ele afirma que o Brasil foi "descoberto" por Cabral e não por Pizzon?

Sr. Prefeito, não se vingue nas árvores por não escrever seus despachos em castelhano!

Um comentário:

Anônimo disse...

Muito bem colocada a questão.
Espero que seja tomada uma providencia com relação a este CRIME CONTRA NÓS MESMOS.
Rubens