quarta-feira, maio 07, 2008

Auxlío funeral e a liga dos deputados

Nos anos cinqüenta do século passado, um dos mais interessantes capítulos da história do Brasil teve início com a criação de uma sociedade, no engenho Galiléia, ali, em Vitória de Santo Antão, PE, com o objetivo de garantir um enterro cristão aos tão explorados trabalhadores rurais. A situação era tão brava que havia um caixão de fundo falso que, após colocar o corpo na cova, era reaproveitado para o próximo morto. Dessa sociedade se formou a Liga Camponesa do Engenho Galiléia que, com a assistência judicial do Deputado Estadual Francisco Julião, garantiu a primeira desapropriação de terras, no governo de Cid Sampaio.

Essa situação de penúria da população levou o INPS – INSS - , órgãos de nomes e objetivos de assistência social, estabeleceram o auxílio funerário. Parece que o governo federal acabou com esse benefício para a população. A distribuição de caixões e auxílio às família enlutadas tem garantido eleições contínuas ao Sr. Newton Carneiro, atual prefeito de Jaboatão dos Guararapes. A miséria do povo é sempre resultado da riqueza do “não povo”.

Essa discussão minha é causada pela morte de um deputado federal, ocorrida recentemente. Parece que os ganhos de suas excelências não são suficientes para que, com o seu falecimento a família possa garantir um funeral decente. Assim é o que pensa o Chinalagia (nome muito próximo), presidente da Câmara dos Deputados, pois ele estabeleceu, a partir de agora, uma verba de auxílio funerário para os deputados federais, algo em torno de R$ 16.000.00. Assim, chinaglia zomba da canalha.

Essas verbas estabelecidas para garantir apoios, ganhar risos, só são criadas, talvez, porque o orçamento da Câmara Federal, das Assembléias Legislativas e Câmaras Municipais, esteja sobrepensado. Sabemos que o exemplo canalha do Chinaglia irá frutificar nos espaços dos 'representantes” do povo. Vamos ver o que dizem os deputados federais por Pernambuco, veremos se eles assumiram mais este escárnio contra o povo.

No mais, meus pêsames à família do deputado morto recentemente que, embora tenha sido a suave inspiração do chinaglia, não recebeu os benefícios dessa lei altruística e cheia de “sentimento cristão”. Mas, atenção, essa repetição da história, é capaz de esses deputados, sob a liderança do petista chinaglia, derem início a uma nova Liga, não camponesa ou campesina, mas safadina, a liga dos safados , daqueles que se safaram dos sofrimetnos causados ao bolso pela morte de um ente querido. Pode haver uma revolução ítalo-brasileira em curso.

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