quinta-feira, junho 25, 2009

Fogueiras de santos e de vaidades

As fogueiras que queimaram em honra a São João estão pagadas e já se encaminham os pensamentos para os últimos dias de junho quando serão queimadas madeira homenageando a São Pedro, muito lembrado como padroeiro dos pescadores, mas também, em alguns lugares do Brasil, como o protetor das viúvas. Mas enquanto festejamos, sempre é bom lembrar que essas festas são parte da vida. Elas encontram seus sentidos nas histórias de cada lugar, de cada povoado. Festas sem história são imposições, e a sua repetição fará que ele venha a criar a tradição que lhe será própria. Assim é que todas as gerações agregam novos aspectos às tradições mais antigas que, em nosso caso, são tradições mais rurais. São memórias de outros tempos, mas são principalmente a vivência das emoções atuais ou atualizadas.

Enquanto queimavam as fogueiras, soubemos de maiores detalhes da queima de nossos impostos na fogueira das vaidades que tem sido a vida de nossos senadores e deputados. Até mesmo ameaças veladas foram ditas no esforço de fazer parar o “denuncismo” contra os políticos. Estranho que se entenda que não deva ser causa nacional a defesa da boa aplicação dos recursos nacionais provenientes dos impostos, ou seja, dos trabalhos dos muitos trabalhadores e trabalhadoras. Seria ótimo que as labaredas das fogueiras de São Pedro viessem proteger o “dinheiro da viúva”. Essa expressão era utilizada, algum tempo atrás, para referirmo-nos ao caixa do Estado. Sim, a defesa da riqueza nacional é e deve ser sempre uma Causa Nacional. O “dinheiro da viúva” não pode ser privatizado para pagar os empregados pessoais de senadores e senadores.
Uma transcrição de uma notícia vinda da BBC:
Segundo a organização, que promove o cumprimento das metas das Nações Unidas para o combate à pobreza no mundo, os países em desenvolvimento receberam em 49 anos o equivalente a US$ 2 trilhões em doações de países ricos.
Apenas no último ano, os bancos e outras instituições financeiras ameaçadas pela crise global receberam US$ 18 trilhões em ajuda pública.
A divulgação do relatório coincide com o início de uma conferência entre países ricos e pobres na sede da ONU, em Nova York, para discutir o impacto da pior crise econômica mundial desde os anos 1930.

3 comentários:

Lucivânio disse...

Prezado Biu Vicente,
excelente esse seu artigo. Parabéns! Parabéns ainda mais por estar rompendo " o silêncio dos intelectuais", pacto demoníaco do neofascismo...

Walter Jorge de Freitas disse...

CARO SEVERINO,
Para quem como nós, cresceu e envelheceu ouvindo dizer que "todos são iguais perante a lei" e agora, mesmo já sabendo que nada disso é verdadeiro, vem LULA reforçando mais ainda a idéia de que existem pessoas acima do bem e do mal e merecem tratamento diferenciado, mesmo que pegos com a mão na botija. O General De Gaulle (é assim?) estava coberto de razão quando disse aquela célebre frase a nosso respeito.

ernani campelo disse...

é muito bom ouvir esse tipo de comentario, sobre como os países em desenvolvimento receberam verbas suficientes para acabar com os problemas sociais, advindos da questão social, que é unica e está posta há quase 200 anos. Estou fazendo o curso de serviço social e sinceramente me arrependi de ter escolhido o curso como minha segunda fonte de renda, pois o serviço social é o local onde o "discurso vazio" e o "sofisma"(este ultimo parece ser a escola filosofica mais duradoura) se fazem mais presente, ao contrário da faculdade de história, que sinceramente, é o local onde as pessoas estão com os pés no chão e por isso são aptas a entender o mundo em volta.

UM ABRAÇO

Ernani