segunda-feira, junho 18, 2007

Calheiros, o Tempo e as Termópilas

O mês de junho avança célere e, a cada ano a sensação da velocidade do tempo modifica o nosso entendimento do passar das horas. "um minuto tem sempre sessenta segundos" costumava dizer Einstein.
A questão é que eu não consegui ficar acompanhando por mais que cinco minutos o balé da indecência que os senadores estão oferecendo ao Brasil. Tem um conselho de ética que se reuniu para saber se um senador da república que mantém relações que envolvem dinheiro com um lobista de uma empresa, de um empresa que recebe aprovação do senado está comprometendo a honra do Parlamento; este conselho de ética está em dúvida se um senador que apresenta notas fiscais de empresas que já não existem para comprovar pagamentos peca contra o decoro que se exige de um parlamentar. Não pude acompanhar o interrogatório que estava sendo feito a uma testemunha, pois parecia que o réu no processo era a testemunha e não o senador.
Fica difícil acompanhar o balé "ético" do conselho de ética do senado, pois o presidente do conselho já definiu, antes do processo que o réu era inocente; fica difícil acompanhar os passos dos senadores - que devem ser os mais sábios e mais cuidadosos na defesa do país - quando o relator, aconselhado pelo réu - que continua dirigindo a casa que o julga - diz que manterá o seu parecer idependente de novos fatos, se por ventura vierem à baila nessa sessão. Torna-se difícil acompanhar a reunião do conselho de ética se o relator já definiu que não vai mudar o seu pensamento, mesmo que venham a aparcer novos fatos.
Mas fica difícil ver como os nossos parlamentares se acostumaram em nos apresentar motivos para não confiar neles. O silêncio dos "bons senadores" nos faz pensar que eles não são bons. Como é estranho assistir Edaurdo Suplicy ficar buscando um meio para justificar a presença desse "senador" sob supeita na presidência do Senado, influenciando o processo que está analisando o seu caso. Bem que podiam imitar os deputados no caso de Severino Cavalcanti. mas os senis senadores se recusam a ver que está ocorrendo um abuso do poder.
As senadoras não estão percebendo que os senadores terminarão por condenar a jornalista que não tem como saber a origem do dinheiro do senador. Essa é a questão, não se ela é ou não sedutora. Dá vontade de perguntar da forma que os "companheiros" do PT diziam antes de se tornarem "prima dona" desse balé: onde está o mulherio?
São tantas as vergonhas que sinto nesta tarde, assistindo a derrocada do senado. Por menos do que a atual sucessão de fatos, o senador Antonio Carlos Magalhães renunciou para não ser cassado. Eram outros os tempos, eram outros os costumes, eram outros os trezentos, como então diziam Lula e seus seguidores. Mas então eles também eram outros.

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