quinta-feira, junho 14, 2007

Reforma ou assalto eleitoral?

As dificuldades são muitas quando me sento e penso que devo escrever alguma coisa. É uma obrigação que me imponho, como um exercício com duplo sentido: manter-me exercitando os dedos e as palavras, e manter-me informado sobre o que se passa ao meu redor.
Mas são muitas as questões que afloram. Uma delas é essa reforma eleitoral que vão nos impor. Ao mesmo tempo que aumentam os seus pecúlios, com auxílios financeiros extraordinários que superam os seus salários, os legisladores querem fazer um afago aos donos dos partidos politicos: pretendem retirar o direito do eleitor, do cidadão, escolher o deputado e o senador.
Inventaram o voto de lista, que funcionaria dessa maneira. A direçãodo partido escolhe os candidatos, os põe em uma lista e entrega à justiça eleitoral. Cada partido faz isso. Na eleição, os eleitores votarão no partido, sem necessariamente saber quem são os candidatos a deputados e senadores. Dependendo do número de votos do partido, serão eleitos os primeiros da lista, mas os eleitores podem não sabem quem são os primeiros. Uma vez empossados, esses deputados biônicos não poderão ser questionados pelos eleitores, pois os eleitores não votaram neles, eles não teriam contas a prestar aos eleitores, mas ao partido.
O mais interessante é que, nessa eleição imediata mente posterior à reforma, todos os atuais deputados serão candidatos, e, não haveria possibilidade de renovação no poder legislativo. Será a permanência da mediocridade, da impunidade, da irresponsabilidade, da ridicularização do povo brasileiro. Eles poderão ficar conversando sobre amenidades, com senadores de cafeteira na mão, comendo peixe na beira do mar do Maranhão, enquanto garanhões continuarão a terem contas pagas por figuras jamais conhecidas. Ao mesmo tempo, mulheres e homens pobres, que assaltarem supermercados para roubar um pote de margarina, serão presos e condenados a assitir o assalto aos cofres públicos, possivelmente discutidos ao lado de churrasqueiras próximas a campos construídos nos tortos caminhos que levam a alguma alvorada.

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