quinta-feira, setembro 25, 2008

Corrupção: banqueiro solto no Brasil e dinheiro preso na Inglaterra

A cada dia temos a oportunidade de ver as mais possíveis e estranhas realidades. Uma das mais recentes é que um grupo de pessoas e instituições, preocupado com o possível desaparecimento do livro por conta da internet, resolveu produzir um livro que custa 265 mil reais. Foi uma pequena tiragem de 33 exemplares, todos já totalmente vendida. O livro tem como tema a obra de Miguel Ângelo; um volume pesa apenas 24 quilos e sua confecção durou seis meses. é uma obra artesanal. Estão previstas edições de outras preciosidades que terão 99 exemplares. Assim alguém guardará a memória. Além de, como se imagina, vai aumentar o interesse por livros. Li na BBC.


Também na BBC li, e em outros lugares, que o Brasil continua entre os melhores países do mundo para corruptos e corruptores. É uma posição que se mantém nesse nível, nota 3,5. Atenção: quanto mais leniente com a currupçõa mais próximo de zero. Em 2001, neste mesmo painel, a nota do Brasil era 4,0. Baixamos um pouco, nos tornamos mais tolerantes com os corruptos nos últimos sete anos; Talvez, com mais alguns aloprados, alguns mensalões, alguns outros "caixa dois" (todo mundo em uma, disse uma autoridade para justificar o seu caixa dois partidário), um pequeno aumento de morosidade no judiciário, manutenção de fórum privilegiado e outras regalias ao pessoal do primeiro andar, não demora muito e a gente alcança a nota zero. "Os altos e persistentes níveis de corrupção e pobreza que assolam muitas das sociedades mundiais são o equivalente a um desastre humanitário e não podem ser tolerados".

Por outro lado, dos doze meses que trabalhamos por ano, ainda estamos pagando apenas 5 meses e alguns dias como imposto; ao mesmo tempo não nos é permitido receber bons serviços de saúde, educação e segurança. Nossos bairros cada vez parecem grandes corredores, com muros cada vez mais altos escondendo os jardins e as pessoas. Há solidões andando nas ruas dos bairros residenciais e solidões temerosas de saírem e andarem nas ruas. Criam leis para criminalizar pessoas que, na volta do trabalho param em algum bar por uma dose, enquanto não existe policiamento sério após as 16 horas. Após as 22 horas a responsabilidade é do atrevido que sai às ruas. Nossas escolas continuam a ser de tempo parcial, inclusive por que não há o que fazer fora das salas e dentro dos muros dos colégios, onde mal se consegue andar. Mas a aprovação é quase compulsória nas escolas. Quem sabe algum dia os secretários de educação irão perceber que educação é mais que carteiras, quadros, pincéis, professores! Sem áreas de lazer para a prática de esportes – simplesmente correr e gritar, já seria interessante para descarregar a agressividade dos jovens; necessitamos de teatros para que os jovens apresentem as sua criatividades várias, etc. Claro que não adianta apenas ter professores ou pagar um pouco melhor aos professores. Precisamos de professores motivados e com projetos de vida. Enquanto se mantiver essa política que envia para a sala de aulas pessoas sem outra motivação exceto o salário, vai ser difícil. Mas para que tenhamos professores com projetos capazes de motivar os seus alunos é necessário que vejamos uma mudança de postura nas autoridades e assistamos a penalização dos culpados.

Chega de passar a mãos em corruptos, chega de buscar um jeitinho para garantir a permanência dos amigos em postos quando eles estão sob suspeição. Aquele reitor da universidade de Brasília deveria ter se afastado do posto logo no dia em que foi feita a acusação para que a investigação não fosse comprometida. O mesmo deveriam ter feitos alguns ministros que assumiram parte da direção do país depois de 2001. Essas pessoas agarram-se aos cargos sob a complacência dos seus chefes. Deram exemplos ruins enquanto o seu chefe dizia que todos eram inocentes e dançavam e comiam pizza. Um escárnio e um exemplo, péssimo, para a sociedade.

Não adianta reclamar do resultado dos exames, deve-se mudar o comportamento.

Ah! li também que um juiz inglês mandou bloquear alguns milhões do banqueiro brasileiro Daniel Dantas, aquele mesmo que recebeu dois habeas corpus em uma semana - o que pode ser apresenttado como prova da não morosidade da justiça no Brasil - Pergunto-me se os advogados de Daniel Dantas terão, na Inglaterra, a mesma facilidade para defender os interesses do banqueiro de comportamento desviante.
Lá eles também têm corrupção, mas tenta, seriamente evitar que corruptos zombem dos honestos com tanta facilidade.

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