terça-feira, setembro 23, 2008

Esperanças no Recife

Embora já tenha escrito nesta manhã, depois de ter lido o Diário de Pernambuco e ter tido a alegria de ler o que escreveu Michele Assumpção, não me contenho em expressar a meus sentimentos. Vi que foi uma série de reportagens produzida pela equipe sobre como a periferia da cidade do Recife mantém e organiza a vida. Sem apelações, o texto de Michele apresenta um retrato que poucos entendem e, nem mesmo sabem que existe.

No mesmo jornal deste dia 23 de setembro, tem uma pequena nota em que o atual Deputado e candidato a vice-prefeito de Olinda, diz horrorizado que, nesses dias de campanha por votos, visitando áreas pobres, viu que meninos estavam caçando animais para a alimentação. Creio que horror do candidato nem mesmo lembrou ou fez relação com o tempo em que ele entrou na política defendendo presos políticos. Será que não se percebe que a situação está tão ruim, ou será que todos se tornaram seguidores e consumidores do Ouro de Tolo? Na Revista Veja desta semana está dito que um artista vendeu uma escultura de um touro com cascos e coroa de ouro puro. Mas o que Michele Assumpção mostra é como, na periferia da cidade do Recife, há pessoas jovens que depositam muita esperança no futuro; jovens que dedicam seu tempo a ensinar o que sabem, a organizar a sociedade em que vivem. Lá estão pessoas que moram na beira da maré e no Alto do Mandu. Em cada um há um projeto de vida que os lança para além de si mesmos, que os lança para o futuro e para os outros. Há, nas linhas escrita por Michele, um certo entusiasmo, uma alegria por perceber vida.

Michele é uma jornalista que se dedica ao conhecimento e a publicização daquilo e daquelas criações improváveis. O nome dessa jornalista está sempre associado à alma e criatividade popular. Ela consegue, como poucos, enxergar que Recife é sempre uma manhã de sol.

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