quinta-feira, setembro 18, 2008

O Estado do mínimo prejuízo aos bancos

Pois bem, não é que o Estado-Mínimo para atender a previdência, prover a saúde, a educação, a segurança e bem estar dos cidadãos deve ser mínimo só para essas tarefas? É exatamente isso. Quando é para garantir os direitos dos cidadãos mais pobres, vem a latumia a ensinar que o “mercado” é que deve ser respeitado e definir o preço da fatura. É assim com os salário: os trabalhadores devem se organizar e lutar para que tenham os valores de seus salários reajustados; por outro lado, os preços dos produtos são definidos unilateralmente pelo dito “mercado” que é controlado pelos donos das empresas que lutam para que os salários cresçam poucos e não diminuam os seus lucros.

Nós estamos vendo e experimentando essa situação desde os tempos em que Collor de Mello resolveu que o mercado é que deveria governar o Brasil. A política continuou com Fernando Henrique Cardoso que sedimentou essa situação do Estado-mínimo, retirando forças das instituições que garantiriam a segurança, a educação, a saúde e a velhice dos cidadãos. Cada um deve cuidar de si, diziam; o Estado não pode intervir na economia, os agentes econômicos e o “mercado” é que devem decidir os caminhos a serem trilhados; os cidadãos devem ser responsáveis por seus atos. Foi a cartilha neoliberal ensinada pela Margareth Tatcher e pelo Ronald Regan (não me contive e um dos cachorros da minha casa recebeu esse nome sugestivo). Muitos brasileiros foram estudar em Chicago e voltaram com a cartilha decorada. Fizeram tudo conforme o figurino. Assim como a “dama de ferro” inglesa quebrou a espinha dos sindicatos dos mineiros, o “príncipe dos sociólogos” quebrou a estrutura do sindicato dos petroleiros. Depois tudo foi cedendo e sendo cedido. O País foi privatizado. As empresas estatais foram vendidas por darem prejuízo e passaram a dar lucros. Os planos de saúde privados, como vampiros, passaram a controlar as doenças da população, cada vez mais privada dos serviços públicos de saúde; as universidades públicas tiveram planos para aposentadoria dos professores e funcionários, enquanto se favorecia o surgimento de universidades privadas, criadas por empresários da educação. Tudo tem que dar lucro: educação é um negócio e todo colégio uma empresa. Além disso, o governo não podia gastar dinheiro do Estado com essas bobagens de saúde e educação. Nunca há dinheiro para essas coisinhas. Mas quando alguns bancos começaram a ter problemas, o “príncipe dos sociólogos” e seus economistas inventaram o Proer, um programa para evitar que os cidadãos possuidores de bancos viessem a ter prejuízo. Uma das conseqüências do Proer é que hoje não concorrência entgre os bancos nos Brasil. Também foram tomadas iniciativas para garantir que os bancos estrangeiros seriam honrados por devores honrados, teve um candidato a presidente que foi aos Estados Unidos da América, e de lá veio com uma “carta aos brasileiros” com essa garantia. Apesar do titulo, a carta parece que foi escrita por assessores de banqueiros para os banqueiros. Tinha-se de acalmar o "mercado". O candidato foi eleito e está cumprindo o compromisso e todos estão muito felizes: os banqueiros por terem as suas bolsas garantidas, e os não banqueiros e sem condições de comprar o que comer com os salários, também recebem as suas bolsas. Os valores são diferentes, mas são valores. Tudo isso é possível graças à nossa criatividade: “o príncipe dos sociólogos” tem entre os seus desafetos os seus seguidores. Ele criou o Proer, o continuador de sua obra inventou um tal de superávit primário para que ficasse garantido o pagamento dos juros.

Agora somos um país que ri dos seus (nossos) professores. Pois não é que os alunos se tornaram professores de seus professores? Em uma visita ao Brasil, o senhor Bush disse que jamais imaginara que viria aprender algo com o Brasil, e ele disse isso se referindo ao programa de produção de etanol como energia automobilística e de tantos outros aplicativos. Essa semana vimos que os norte-americanos resolveram se curvar à inventividade brasileira, mais uma vez. Com a crise financeira se desenhando no mundo, a partir dos irresponsáveis do mercado imobiliário norte-americano, os Estados Unidos e países capitalistas defensores da liberalização do mercado e da ausência do Estado nas relações entre os agentes econômicos, criaram um Proer internacional. No mínimo, o Estado mínimo não pode deixar que os bancos quebrem. Afinal, eles são os donos do Estado. É o mínimo que o Esatdo mínimo pode fazer pelo "mercado", assim ele se acalma mais uma vez com o dinheiro dos contribuntes. Na verdade, devíamos cobrar royalties por essa nossa invenção econômico financeira. Prêmio Nobel de Economia para a equipe econômica de FHC, formada em Chicago.

Nossos índices melhoram a cada dia, nos dizem e juram as estatísticas do IBGE. Os juros que são pagos aos bancos auxiliam a nos fazer potência, embora nossas escolas não tenham os equipamentos necessários para nos alavancar (eita palavra querida por jornalistas econômicos!) ainda. Mas chegaremos lá. Já tem esgoto em 51% das casas brasileiras e 60% dos brasileiros são donos de suas casas, inclusive nas favelas. Não é uma glória? Parece que ninguém deve aos bancos as prestações da “casa própria”.
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