quarta-feira, fevereiro 11, 2009

debate transgressor

Participei hoje de um debate, formando a mesa com dois outros intelectuais (inteletual é mais ou menos quem, vive das idéias que produz, ajuda a produzir, não trabalha com objetos mais pesados que uma caneta!!!!!!) a respeito do carnaval, vendo-o como momento de transgressão. Foi um debate promovido por uma instância do Estado, a Fundarpe. Poucos acolheram o convite para participar da discussão que apresentou momentos bem interessantes. Os palestrantes passearam desde os estudos de Bakthin sobre a obra de Rabelais até os polos carnavalescos no recife e no Estado. Evidentemente houve momentos de menos amigável, pois há quem entenda que tudo deve ser sempre aceito e, que não é de bom tom fazer críticas, como se pudesse haver debates sem críticas, sem posições divergentes, tanto entre a mesa quanto ente a mesa e o público, ou mesmo o promotor do debate. Ao final, contudo, pudemos verificar que há certa nostalgia por carnavais passados, mas principalmente pelos carnavais menos permitidos, menos controlados pelo pode público. Vimos que há quem critique o Estado por intervir no mundo cultural dos carnavalescos, mas também há os que defendem a presença do Estado enquanto gerenciador, não como dono, como aquele que tira do povo a sua criatividade, impondo regras que agradam mais aos gruos do fazedores das regras do que os que são forçados a cumprir regras horários em troca de alguma subvenção. Mas, se o Estado paga aos intelectuais das camadas ricas – professores universitários e quejandos – por que não deveria pagar os intelectuais dos que não podem freqüentar academias? Isso é para dizer que gostei do debate, com a presença de poucas pessoas, todas tão ilustres, como palhaços, cantores da terra, mestres de maracatu e estudantes. Mas havia muito carnaval na rua, muitas índias nos blocos e nas televisões, além do que, é bem mais prazeroso e carnavalesco sair correndo com uma mulher- ou um homem (isso conforme o desejo de conformação ou transgressão. Afinal, foi um prazer conversar com pessoas diferentes, ainda que seja difícil viver essas diferenças simultaneamente, como tem feito o Brasil, a despeito do multiculturalismo, que reconhece a diferença para criar polos distantes um dos outros e a mistura fique tão boa quanto a do óleo e a água, assim cada qual sabe qual é o seu lugar.
Essa é uma grande charada. Será que a gente, em um debate pode por em dúvida o pensamento de quem organiza o debate? de quem participa do debate?

Nenhum comentário: