sexta-feira, fevereiro 20, 2009

PAC -Povo Alegre no Carnaval

O Carnaval chegou, muitas fantasias estão sendo postas á rua e, serão muitos os que irão divertir-se e divertir os passantes. Algumas figuras de outros carnavais, ainda os que lembravam os carnavais europeus, já não aparecem com tanta freqüência, figuras como Pierrôs, colombinas, Arlequins. Mesmo as havaianas já não fazem mais tanto sucesso, talvez porque pernas de moças só eram visíveis nesses momentos. Nos dias atuais, essas iguarias para os olhos são mais comuns. Talvez por isso é que voltaram as freiras nas ruas de Olinda e do Recife, agora elas escondem as pernas. Mas são em maior número as índias e índios sem sotaque americano, são caboclas e caboclinhas, replicando as brincadeiras de Água Fria, Goiana. O Carnaval foi se tornando mais brasileiro, menos europeu. É certo que em determinados momentos fica parecendo que estamos em um grande teatro, com a platéia assistindo a apresentação de pequenas óperas. Algumas praças do Recife e Olinda como que se transfiguram em casas de espetáculos.

Claro que o carnaval de rua sempre foi o povo correndo atrás das orquestras, acompanhando blocos, alguns ursos, etc. Isso sempre foi durante o dia. À noite era mais difícil para o folião comum, uma vez que todos iam para os bailes nos clubes, dependendo de sua classe social. Ali havia espetáculos, como os há ainda hoje, com uma orquestra embalando foliões, ora com frevos de bloco, ora com marchinhas do carnaval carioca. Os novos maneiras de brincar carnaval, embora tenhamos saudades dos tempos em que tínhamos mais força física para encarar todos os dias momescos, estão oferecendo a oportunidade para que um maior número de pessoas possam ver de perto alguns de seus ídolos. Houve um tempo em que esses cantores que estão cantando nas praças dos subúrbios do Recife, e outras cidades, só eram convidadas – e pagas – para freqüentar o baile municipal, fazendo a alegria de um restrito número de pessoas que podiam pagar a entrada naquele ambiente. Hoje esses artistas cantam para a maior parte do povo. Só me preocupa o pequeno auxílio financeiro que é oferecido aos grupos da terra para que possam organizar os blocos, os maracatus, as batucadas, etc.

Esta semana ouvi que o carnaval participativo estava se tornando contemplativo, pois as pessoas param de dançar para ouvir e ver os artistas. Talvez nós tenhamos as duas modalidades, e talvez devamos incentivar um maior número de pessoas a estudar música e formar novas orquestras. A melhor maneira de incentivar os jovens a se entusiasmar para aprender a tocar o frevo é pagar bem aos músicos. Quando se souber que se pode ter uma renda razoável com a música, haverá uma maior procura por esse tipo de estudo. Nem precisa criar outro tipo de “bolsa” ou esmola.

Mas o carnaval está na rua e não é mais três dias, ele agora já toma mais de uma semana, dez dias. Nelson Ferreira dizia que “Carnaval nasceu no céu, foi os anjos que criou”. Quanto ao meu carnaval, será menos movimentado que o do ministro do turismo que passará muito tempo nos aviões, deslocando-se entre Rio de Janeiro (no sambódromo com o presidente), São Paulo, Salvador, Recife e Olinda (com a “futura”). Estarei em Goiana, Aliança, Nazaré da Mata, Olinda e Recife. Estarei acompanhando caboclinhos, caboclos e uma fusão louca, o Maracatu Atômico Kaosnavial, que é uma mistura de Mestre Zé Duda do Estrela de Ouro com Jorge Mautner. Coisas pouco racionais, como os carnavais. Com todo respeito, mas não dá pra brincar carnaval com responsabilidade. Sabem disso certos políticos, esses que entendem que não precisam prestar contas aos seus eleitores.

Como todos sabemos, o desfile de máscaras neste ano, começou mais cedo a semana précarnavalesca do Cerrado, com a apresentação do bloco do PAC – PREFEITOS ACELERANDO A CORRUPÇÃO. As fantasias quase foram reasgadaas.

Tudo foi financiado pelo PAC - POVO ACOCORADO E CONTENTE.

Nenhum comentário: