segunda-feira, janeiro 29, 2007

Nós somos misturados e não bicromáticos

Desde que deram início à discussão sobre políticas de cotas, e desde que decidiram a reconstruir o conceito de RAÇA, tão caro á ciência do século XIX e aos nazistas do século XX, que me posicionei contra o que entendo ser um atraso nas relações humanas, especialmente nesta terra, nesta sociedade brasileira, pois a adesão á política de cotas é a tentativa de destruir algo de extremamente novo e benéfico para a humanidade, criado pelo povo brasileiro. Em agosto de 2002, na Faculdade de Formação de Salgueiro, discutimos defendíamos a criação de políticas sociais abrangentes e que não nos tornassem um país racista; Em dezembro de 2004, publiquei na Estado de São Paulo artigo sob o título cotas para os brasileiros. É por essa razão que fiquei feliz em ler a sexta reimpressão do livro de Ali Kamel, publicado em abril de 2006, intitulado NÃO SOMOS RACISTAS: uma reação aos que querem nos transformar numa nação bicolor, publicado pela Editora Nova Fronteira.
São muitos e profundos os caminhos percorrido por Ali Kamel, um sociólogo que se tornou jornalista, mas não esqueceu que as tabelas estatísticas por si só não dizem nada. O intérprete das cifras, aquele que decide como colocar os números e elaborar as tabelas, é que cria o fato, no caso, o racismo. Embora não faça isso por modismo, como muitos, Kamel desconstrói uma certa tradição socológica que nos quer fazer racistas, em mais uma imitação dos EUA. É o caítulo A gênese contemporânea da nação bicolor. Racistas querem nos tornar racistas, assim como certo sociólogo nos quis enganar quando pediu que esquecéssmos o que ele escrevera. Ele jamais esqueceu o o que escreveu, mas criou meios, quando presidente da república, para implementar as suas idéias. Um dos caminhos apontados por Ali Kamel é que o MNU segue os passos de Fernando Henrique Cardoso, com o mesmo entusiasmo que faz o governo de Luiz Inácio Lula da Silva.
Belo texto é o caítulo onde chama atenção que "sumiram com os pardos" . Eles somem duas vezes: uma vez para dizer eles são negros e justificar as cotas e, depois somem para não receberem as cotas por não serem negros. é um jogo interesante, mas ruim para o Brasil.

Cada um dos treze capítulos é digno de ser debatido. Os dois últimos são imperdíveis, os que apontam a educação como saída para o falso dilema posto pelos racistas de plantão, ainda que bem intecionados. A educação é a saída. Não a edução que se encontra em discursos ocos, como esse que define aplicar R$8 bilhões em educação e R$19 bilçhões em programas assistenciais.
é necessário que este livro de Ali Kamel seja lido atentamente por todos, para que seja possível abastecer-se de dados, argumentos com o objetivo de entender e salvar a sociedade barsileira, para evitar que ela seja transformada de uma sociedade miscigenada, - onde todas as pessoas vivem com as suas tradições em comum, pois todos temos todas, para uma sociedade multiétnica, onde cada etnia convice com as demais, sem contudo aceitar e viver os influxos mais profundos de cada uma. é necessário que o Brasil continue sendo multicolor, e não o cansativo mundo bicromático das sociedades sul africanas que geraram a bela figura de Mandela.
Quero terminar esse comentário com o último parágrafo desse livro:
Há solução? Há caminho de volta? Eu não tenho dúvidas de há. Este livro é fruto dessa certeza. Basta que, como eu, manifestem-se todos aqueles que ainda pensam que uma nação misturada, miscigenada, colorida, sem espaço para diferenciações de "raça" é ainda muito superior a uma nação multiétinica, mas que vive de nariz tampado.

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