terça-feira, fevereiro 13, 2007

Tradições

A cada ano novas tradições são acrescidas, uma vez que as culturas, a vida social é dinâmica e criadora. Ainda não tem três décadas uma cerimônia realizada na segunda feira de carnaval, no Pátio do Terço, na cidade do Recife. Ali deu-se o início de parar, um momento, um tempo, os tambores dos maracatus de baque virado, no intuito de lembrar os antepassados. O que iniciou sendo uma pequena cerimônia veio a se tornar uma importante atração do carnaval do Recife. Para lá, na noite da segunda feira, Maractus e Afoxés se dirigem, sobem em um palco e louvam os nossos pais negros, que morreram enquanto construiam o Brasil.
Nos últimos três anos, essa tradição tem crescido na vizinha cidade de Olinda. Alí, no pátio da Igreja de Nossa Senhora doRosário dos Homens Pretos de Olinda, na segunda feira que antecede o carnaval, Maractús se encontram para, liderados pelo Mestre Afonso do Maracatu Leão Coroado, louvar os antepassados e pedir proteção para os carnavalescos. A Noite dos Tambores Silenciosos de Olinda, em seu terceiro ano, já está parte do carnaval e das preocupaçõs das comunidades de ascendência africana.
No caso de Olinda, os maracatús se concentram no Quatro Cantos, próximo à Ribeira, onde uma tradição não comprovada historicamente, diz ter havido um mercado de escravos. Desde o Quatro Cantos, os maracatús desfilam pela rua do Amparo, passam em frente à Igreja de Nossa Senhroa do Amparo, dirgem-se ao Bom Sucesso, onde está a Igreja do Rosário dos Pretos. Alí funciona desde o período colonial, a Irmandade dos Homens Pretos, ainda hoje responsável pela manutenção do templo. Recentemente, a Irmandade passou a ser considerada Patrimônio Imaterial da Cultura olindense. Essas tradições se combinam para manter e recriar nosso passado e nosso futuro.

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