quarta-feira, novembro 15, 2006

Padre Romano - um brasileiro

Tenho em minhas mãos um exemplar do livro PADRE ROMANO: PROFETA DA LIBERTAÇÃO OPERÁRIA: A SAUDADE QUE IMPULSIONA, escrito pelo Jornalista Manuel Carlos Chaparro, editado pela Editora HUCITEC, neste ano de 2006. Como não podia deixar de ser, o livro foi patrocinado pelo Movimento dos Trabalhadores Cristãos – MTC, que se põe no conjunto do Secretariado Nordeste II da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, e recebeu o apoio cultural da Secretaria de Educação e Cultura do Estado de Pernambuco e da Prefeitura do Recife. Escrito por um jornalista que conviveu com o biografado, este é um livro diverso: biografia, depoimentos, memórias, história. O Movimento dos Trabalhadores Cristãos é o sucedâneo da Ação Católica Operária, o a mesma ACO, com uma visão mais ecumênica, mas adaptada a conviver com os novos ventos, esses ventos que entendem ser necessário uma maior cooperação entre aqueles que procuram viver os ensinamentos de Jesus, o Cristo.
O Livro narra, de maneira amigável a vida do padre Romano, um suíço que dedicou a sua vida, nos dois lados do Atlântico, para tornar humana e saudável a vida dos operários. Romano chegou ao Recife no difícil período da ditadura militar. Com o seu sorriso e coração abertos, Romano reinventou a Ação Católica Operária, com antigos militantes da Juventude Operária Católica e, com a sede que construiu na Rua Gervásio Pires, inventou um espaço aberto para toda as comunidades cristãs – ou não – se reunirem com o objetivo de construir um mundo de dignidade e elevada estima com e para os operários. Da ACO, orientada pelo carinhoso padre Romano saíram os alertas para as desumanidades que estavam ocorrendo no Nordeste do Brasil – Nordeste, o Homem Proibido, foi um dos primeiros gritos de protestos que os ditadores ouviram e, surpreendidos tentaram calar. Romano sofreu processo de expulsão, mas exigiu não ser expulso, pois, sendo expulso não sofreria o que os operários, os militantes católicos e não católicos estavam sofrendo. A sua solidariedade para com o povo que ele escolheu para ser parte, não tinha limites.
Os católicos mais jovens, os militantes mais jovens, os que conheceram Romano e os que não conheceram Romano, devem ler este livro, a vida de um homem, de um padre, de um operário da liberdade.

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