quinta-feira, novembro 30, 2006

que tristeza que dá! Mas é preciso continuar

Bem que hoje eu gostaria de responder um pouco a curiosidade de minha filha sobre o seu avô, João Vicente da Silva. Ela está interessada em saber como um cortador de cana, morador de um dos engenhos de Nazaré da Mata, que aos oito anos fazia tarefas, auxiliando o seu pai, José Vicente da Silva, um negro forte, que morreu antes que eu nascesse, tenha conseguido nos manter saudáveis e ser um vitorioso neste mundo que o queria perder.
Meu pai nasceu em 1913 e, penso, logo depois, nos anos 20 um grupo de tenentes pretendia modernizar o Brasil e fazer com que o Estado brasileiro reconhecesse a nação brasileira. Os tenentes de 1922, 1924 e alguns dos que fizeram a movimentação de 1930, pretendiam que o Brasil se tornasse dos brasileiros e não apenas de alguns poucos proprietários de terras, que a ursuparam do povo nos dois séculos de formação do Brasil e, desde então ficam fazendo golpes, tramoias e leis para impedir que o povo entenda o que meu pai dizia: quem não rouba nem herda, fica rico de merda.
Em 1964 um grupo de militares, menos nacionalistas que os de 1922, deram um Golpe de Estado com o objetivo, diziam, de moralizar o Brasil, acabar com a corrupção e com a ameaça comunista. Muita gente entrou nessa. Quanto à corrupção, não creio que eles a tenham acabado, como nos mostra a recente decisão da Comissão de Ética do Congresso Nacional, isentando, de culpa e responsabilidade, uma malta que se lucupleta de benesses, por eles criadas e, achando pouco, desvia dinheiros que deveriam atender o povo. Mas, como já sabemos, já terminou o período eleitoral, e o Presidente da Câmara - que foi o primeiro comunista a assumir o cargo de presidente do Brasil - a tudo assistiu, enquanto procura um meio de garantir a sua reeleição ao cargo, tal como fez o Severino Cavalcanti, o papa do baixo clero. Está ficando difícil dizer se ainda há alguém para formar o alto clero.
A ditadura não moralizou o Brasil, não afastou os comunistas, não acabou com a corrupção. É lamentável, mas parece que o único senador cassado por corrupção foi o Wilson Campos, e isso aconteceu na ditadura militar.
Os puros que acusam a ditadura militar de infelicitar o Brasil - o que é verdade - não conseguem afastar a corrupção. Tornaram-se herdeiros?

Um comentário:

Anônimo disse...

Gostei do teu blog, principalmente das memórias. Só fiquei pensando, cada um tem a Zona da Mata que merece. A minha é a Muribeca. Terra onde meus avós tanto mataram e exploraram.

Dado (amigo de Valéria)

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