sexta-feira, agosto 17, 2007

Questões no Museu do Mamulengo

Estive ontem à tarde no Museu do Mamulengo, agora sediado na Rua São Bento, alí na Ribeira. Encontrei um grupo de pessoas que está se propondo, a cada quinta feira, debater sobre Patrimônio Imaterial. Esses debates buscam aprofundar, esclarecer melhor o que se entende por patrimônio Imaterial de uma sociedade, a nossa especificamente. Um grupo preocupado com a cultura, a sua manutenção, a sua reprodução e continuação em uma cidade já considerada como capital cultural. Parece que a iniciativa foi do grupo que alenta o Arquivo Histórico de Olinda.
Não parece ser muito difícil definir o que é patrimônio, quando ele se apresenta fisicamente, como um edifício, uma estátua, um pintura, ou seja, um objeto. A questão fica mais difícil quando entramos nesse mundo da imaterialidade - espiritualidade, cultura espiritual, sei lá - porque entramos no mundo do sensível ainda não materialziado. É certo que uma construção é a metrialização de uma Idéia, que uma cidade é a construção material dos desejos e das vidas de muitas pessoas em épocas dstintas. Mas como considerar patrimônio o jeito de fazer tapíoca, se há muitas maneiras de se fazer tapiocas? Todos sabemos que um livro vale pelas idéias e valores que nele estão contidos, mas porque somos tentados a dar importância maior à forma do livro que ao seu conteúdo?
Considerei aspectos como esse para discutir que a idéia de patrimônio está relacionado com propriedade, e a propriedade é algo tangível; discuti que nossa sociedade tem como idéia fundadadora a propriedade, aquilo que não posso ter como propriedade é difícil definir como patriomônio. Os donos de cartórios quando dividem o patrimônio que alguém deixou, fazem-no apenas das herdades materiais, eles não podem dividir os afetos. Entretanto o nosso patrimônio, inclusive os afetos, vem dos nossos pais.
Como defender o patrimônio imaterial? As leis manterão vivos esse patrimônio, ou serão os afetos que guardaram esse patrimônio imatrerial?

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