sexta-feira, agosto 03, 2007

Saci Pererê ou Pinóquio

Dizem que o mês de agosto é um período de fragilidade política no Brasil, pois nele ocorreram fatos que, parece, modificaram o curso da história. Pode ser as bruxas existam, mas pela ocorrências de situações problemáticas ao longo do ano, elas não cultivam predileções. é verdade que o Sai Pererê gosta de brincar no mês de agosto, nos ventos de agosto.

Desgraças, sofrimentos, alegrias e vitórias ocorrem quase todos os dias de todos os meses e o calendário das nações disso dão exemplo. Mas o mês de agosto parece ter uma bomba atômica sempre à procura de uma Hiroxima ou de uma Nagasaki. O Enola Gay, podemos supor, prefere agosto.

Este começo de mês nos trouxe mais uma bomba, apesar de ela não ser exatamente uma novidade, além de não ter grande repercursão. Este mês de agosto deverá ser o mês sem surpresas, sem bombas, se a bomba que já foi lançada é igual a outra de outros tempos.
Neste mês de agosto, o nosso presidente disse, mais uma vez, que não sabia. Ele não sabia dos problemas da aviação civil. Niguém avisara a ele, nem ele cultiva a curiosidade para saber o que está acontecendo fora do Palácio da alvorada.

Uma vez ele disse que não sabia do mensalão - o que é bom, pois indicaria que ele não está envolvido naquela coisa mal cheirosa; agora ele disse que não sabia dos problemas da aviação civil brasileira. Nosso presidente é um inocente, uma alma que não duvida dos que lhe rodeiam, que não questiona os resumos das notícias de jornais que lhe colocam diante dos olhos a cada manhã. Ou é um desavisado.

A grande desgraça deste mês de agosto é nós termos de assumir que temos um presidente que não sabe do que acontece no país que ele governa.

Se ele não sabe, a gente pode perguntar: como ele toma as decisões que diz que toma no governo do país? Se ele não sabia do caos da aviação civil, porque o ministro da defesa foi demitido? Essa é a bomba deste agosto: agora nós sabemos que ele não sabe, ou não sabia. e, então, se não ele, quem sabia?

Nosso presidente definiu o setor aéreo brasileiro como um "cão sem dono ou que tem muitos donos". Quem tem muitos donos pode morrer de fome porque cada dono pensa que o outro está cuidando do cão.

Mas esse setor, como o resto do país, tem um dono: o povo brasileiro, e o povo brasileiro contratou um administrador para cuidar desse e dos demais cães, e ainda renovou o seu contrato. O administrador não pode dizer que não sabia de como estava o cão; se ele admitir isso, então o dono cão pode não gostar da administração e reclamar.

O dono do cão está se perguntando: Mas será que ele - o administrador - não sabia mesmo ou está brincando? e se não está brincando está mentindo.

Essa é outra bomba: nosso presidente é um brincalhão ou um mentiroso?

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