sexta-feira, agosto 31, 2007

Ressacas da luxúria

ùltimo dia deste agosto eu quero dizer o meu contentamento com o fato de, neste ano, ter escrito e ter sido lido por algumas pessoas. Essa tem sido uma disciplina que me impus com o objetivo de não guardar comigo certos pensamentos e indignações que poderiam ser comunicadas.

Li nos jornais de hoje que a ressaca do mar em Piedade, Jaboatão dos Guararapes, não trouxe prejuízos, mas espetáculo. Em parte é verdade, uma vez que o prejuízo tem sido causado nos últimos trinta anos como conseqüência da irresponsabilidade dos prefeitos e da sociedade. A Prefeitura de Jaboatão permitiu a destruição das praias daquele município, quando concedeu o direito para que fossem feitas edificações à beira do mar, criando um paredão que não mais permitiu aos cidadãos aproximarem-se das águas do Atlântico. essa permissão foi dada para atender a ganância de alguns empresários e à luxúria de visitantes, além de novos ricos da localidade. Agora, em resultado, nem os que são daqui têm acesso ao banho de mar, nem os de fora vão querer se hospedar em hotéis que não oferecem segurança. Por seu turno, o avanço do mar expulsa aqueles para quem foi construído o "paraíso".

Os conhecimentos dos mares e das marés nos anos sessenta e setenta do século passado já eram suficientes para alertar os governantes sobre o que poderia ocorrer com essas construções tão próximas do oceano. Os diques artificiais construídos em Olinda no início dos anos setenta são uma mostra disso. Todos sabemos que não deveria haver cosntruções naquela avenida hoje conhecida como Marcus Freire, mas havia até restaurentes dentro do mar!

Esse fenômeno de imbelicidade, luxúria, ganância, arrogância contra a natureza e a sociedade, também está ocorrendo nas praias de Goiana, Paulista, Cabo de Santo Agostinho, Ipojuca, São José da Coroa Grande. Para alegrar contas bancárias e satisfazer egoísmos estão destruindo o litoral pernambucano e, com isso, a indústria que dizem querer montar com hotéis luxuosos e condomínios fechados.

Animais que não desenvolveram perspectivas de futuro ficaram ferozes nas selvas ou foram amestrados por aqueeles que desenvolveram inteligências. Prejuízos econômicos decorrentes das ressacas marítimas, na verdade são conseqüências da gula e luxúria dos destruidores das praias. E ainda querem que as prefeituras, com o dinheiro dos impostos, protejam o que resta de seus projetos anti-sociais.

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