terça-feira, agosto 28, 2007

Uma história das Arábias

Houve um tempo em que se mencionava uma história vinda das Arábias que contava as aventuras de um homem honesto que foi surpreendido pela sorte; um dia ele encontrou uma caverna que servia de esconderijo para uma quadrilha formada por Quarenta Ladrões e um chefe. Este homem, bafejado pela sorte, tinha a alcunha de Ali Babá. Ele não era um ladrão, não chefiava a quadrilha que roubava a região, mas era o homem que descobrira o que os ladrões faziam e onde ocultavam as riquezas roubadas. Observando os hábitos dos criminososm ele aprendeu até a linguagem necessária para ter acesso às riquezas dos ladrões.

Após ter descoberto os ardis dos criminosos, bem que Ali Babá poderia ter ido ao califa, informado aos tribunais o local do esconderijo. Mas o bom homem resolveu guardar para si o segredo e decidiu roubar os ladrões. Assim, pouco a pouco ele foi roubando os ladrões. Alimentava a esperança de que jamais seria descoberto pois o que retirara para si era pouco, em relação ao que havia naquela caverna.

Assim, como por milagre, Ali Babá ficou rico e passou a morar melhor e ter mais possibilidades de fazer o bem, distribuir alguma comida para os pobres, ajudar alguns vizinhos, uma vez que Alá lhe dera tantas riqueza. Alí Babá assim foi se tornando um homem cada vez mais rico e reconhecido como bom.

Entretanto os ladrões notaram que estavam sendo pilhados e resolveram descobrir quem os havia lesado. E viram como Ali Babá havia mudado de vida em pouco tempo. De simples trabalhador tornara-se alguém importante na cidade, sendo saudado por muitos como uma verdadeira bênção que Alá havia mandado para o lugar. Até sua mulher tornou-se mais bonita.

Acontece que os ladrões descobriram que estavam sendo roubados e não gostaram da idéia de serem enganados por um homem tão simples e resolveram agir. Os ladrões então disfarçaram-se de vendedores de óleo, e foram procurar o Escolhido de Alá. Alí Babá os acolheu em sua casa, mas já havia aprendido os modos dos ladrões e os reconheceu, apesar do disfarce. Percebendo que perigava a sua situação, Alí Babá tomou iniciativa e conseguiu eliminar os seus perseguidores, inclusive o chefe do bando. Mais uma vez, alí Babá nada disse às autoridades, pois ele agia como se não soubesse o que ocorria ao seu redor.

Ali Babá, que começou a história como um homem pobre e bom, terminou por matar os quarenta ladrões e o seu chefe, ficando com a riqueza que os criminosos roubaram. Essa história tem sido contada no nosso mundo político como se Alí Babá fosse o chefe dos criminosos, o chefe dos ladrões. Não Alí Babá não sabia como roubar, parecia ser ingênuo. É no decorrer da História que ele apresenta a sua face de aproveitador das oportunidades enquanto aparenta continuar ser o ohomem simples de sempre. Mas, se prestarmos bem atenção à história, veremos que Alí Babá se tornou o maior dos ladrões, o melhor deles, pois ficou com a riqueza, enquanto os tradicionais ladrões foram castigados.

Hoje, o Supremo Tribunal Federal decidiu que havia uma quadsrilha de Quarenta Ladrões próximos ao Palácio da Alvorada, inclusive nomeando o chefe. Na história que no vem das Arábias Alí Babá não é indiciado em nenhum crime, embora tenha sido o maior beneficiário dos atos dos criminosos.

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