sábado, dezembro 02, 2006

Direitos Humanos

Interessante como algumas datas marcam pelo que nós vivemos e, algumas, pelo significado que elas possuem para além de nossas vidas pessoais e mesmo dos contemporâneos imediatos. Vindo de Goiana para Olinda após uma manhã de estudo/ensino, um programa de rádio lembrou-me que na próxima semana completa mais uma idade a declaração Universal dos Direitos Humanos, promulgada pela ONU no dia 10 de dezembro de 1948. Parece que a primeira vez que ouvi falar de Direitos Humanos foi naquele ano de 1967, quando começamos a preparar o vigésimo aniversário da Declaração. Era mais uma proposta de Dom Hélder Câmara. Todos os grupos passarem o ano discutindo o que significava essa Declaração. Então soubemos que ela estava ligado aos direitos de vida, de locomoção, de estudo, cidadania, educação, saúde, nacionalidade, etc.. Tudo que estava sendo negado pela ditadura para a maioria do povo brasileiro. Os anos seguintes foram vividos nessa perspectiva, pois o período que se seguiu à posse de Costa e Silva foi o de endurecimento ditatorial. Se hoje a classe média, apavorada, fica julgando que "direitos humanos" é a defesa dos bandidos, nos anos da ditadura, possivelmente muitos pensaram que era coisa de comunista. Todos temos direito à vida, a viver. Penso nisso quando sei que um grupo de jovens e pessoas maduras estão na avenida Boa Viagem defendendo o direito à vida por conta do assassinato de um jovem de classe alta; mas esses jovens e esses homens maduros que formam essa associação de defesa dos direitos, só se organizram quando foi morto alguém de sua classe. Não os vejo, de verdade, lutando pelo direito de uma vida decente para os jovens e pessoas maduras que moram na periferia. Penso que, em verdade eles têm medo da periferia, pois pensam que os seus direitos de viver são contrários aos direitos daqueles que vivem nas periferias. Como a sociedade, a classe rica e dominante, não garante os direitos dos que vivem na periferia e não fazem parte de sua classe, temem que os sem direitos reconhecidos tomem os seus direitos. Todos os homens, todas as mulheres, todas as crianças, todos os jovens têm direitos que devem ser postos à disposição de todos de forma o mais eqüânime possível.
Vamos procurar ler que direitos são esses que as nações unidas disseram que todos temos e lutar para que todos os vivam completamente. Então o medo ficará mais tênue.

Um comentário:

Anônimo disse...

Biu vc continua genial!!! Quanta saudades da sua aula , amei o texto!!! Mil Bjos
Poliana(mineirinha)