segunda-feira, dezembro 11, 2006

A morte do ditador e a luta pelos Direitos Humanos

Ontem, de acordo com os acordos e conveções, terminaria a semana dos Direitos Humanos, período no qual foram realizadas muitas ações para nos recordar da tarefa de garantir a cada criatura o direito de ser reconhecida como pessoa. A semana terminou com uma grande festa no Chile. Ocorreu o falecimento de Agusto Pinochet, o militar que foi alçado ao comando das forças armadas chilenas pelo presidente Salvador Allende.
Alende fora eleito por uma grande coalizão de partidos de esquerda, em um época de tendência direitista na América Latina. Todas as esperanças vinham do Chile que colocara à frente do governo um projeto socialista, pelo voto. Entretanto, os setores ligados ao status de dominação não permitiria o avanço nessa área, Estados Unidos da América à frente.
Pinochet passou a simbolizar essa parte da humanidade que vê o lucro acima das pessoas, as regras acima dos homens, as coisas acima dos valores. Algumas semanas depois de ter sido feito comandante das armas chilenas, o general liderou um golpe que culminou com a morte de Allende e o iníco de um ditadura que durou quase duas décadas. Muitos chilenos morreram, muitos desapareceram; foi um momento em que os direitos humanos no Chile desapareceram. Soube da morte de Allende e do início da ditadura pinochetiana em uma das celas do Doi-Codi, no Recife, pela boca de um dos carcereiros. Exultavam, os nossos pequeno pinochets, pelo fim de mais um regime democrático e pelo início de uma das mais sangretas ditaduras dos modernos tempos na América Latina. Era setembro de 1973. Por coincidência, um dos maiores destruidores dos direitos humanos, um dos maiores inimigos da liberdade, um dos que mais se enriqueceu com o destruição de ooutros seres humanos, morreu no dia dedicado aos Direitos Humanos.
Escutei, nesta manhã, um verso de Chico Buarque, este cronista da luta pela liberdade, que diz:
e se de repennte a gente sentisse a dor que a gente finge que sente... E se as pessoas que fingem se preocupar com os valores humanos enquanto sobem as escadas do poder, e se de repente elas começassem mesmo fazer disso a razão de suas vidas, bem que os "pinochets" da vida, esses que só pensam em chegar ao poder para dela gozar, seriam menos numerosos.
Não há porque se alegrar com a morte de Pinochet. A morte não é um castigo, a morte é uma etapa conclusiva da vida, todos morreremos - de susto de bala ou de vício, disse Caetano. Pinochet morreu de susto. Não há o que comemorar, há que se continuar a luta pela vitória dos direitos humanos.

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