sexta-feira, dezembro 08, 2006

A Mãe dos pobres do Recife

A manhã do dia 8 de dezembro é cheia de movimento ao longo da Avenida Norte, especialmente o espaço entre a entrado do Córrgo do Euclides e a entrada do Vasco da Gama. É como se a cidade do Recife resolvesse visitar aquele pedaço de terra, quase santa. Na madrugada que inicia o dia, não é incomum assisitr pessoas andando desde os mais distantes bairros, até mesmo de Jaboatão dos Guararapes, em direção do Morro da Conceição.
No início do século XX, eram poucas as habitações naquela região. O Recife ainda não se expandira naquela direção. O Recife do Império navegava e se criara às margens do Rio Capibaribe, ocupando as várzeas da madalena, da Jaqueida, de Casa Forte, do Monteiro, até Dois Irmãos e Várzea, alí bem próximo de Camaragibe. Os espaços geog´raficos qque ficavam distante do Rio eram pouco procurados. Só muito lentamente é que Macaxeira de Santo Amaro foi sendo ocupado. Nesse quase deserto é que foi instalada uma pequena capela dwedicada à virgem da Conceição, no alto de um morro que hoje tem o seu nome. As pessoas devotas começaram a visitar a Santa, numa imagem alí colocada após uma promessa. As promessas e as notícias do atndimento dos pedidos tornaram o Morro um local de devoção popular. Interesante que, ao mesmo tempo em que as autoridades religiosas e cívicas, procuravam incentivar o culto a Senhora do Carmo, tornando-a padroeira da cidade, inclusive a igreja do Convento do Carmo foi tornada basílica, as camadas populares voltavam-se para a pequena capela situada no Morro da Conceição. Depois a Zona Norte da Cidade foi sendo ocuipada por migrantes vindos da Zona da Mata Norte do Estado. As fábricas de tecelagem da Torre e da Macazeira eram o ponto de emprego desses que vinham para o Recife em em busca de emprego. A Senhora do Morro da Conceição passou a ser parte da vida da população.
Uma pesquisa nos livros de batismos do final do século XIX e início do século XX, poderá confirmar uma hipótese: A Nossa Senhora da Conceição era tomada por Madrinha de muitos pobres. Na verdade, a madrinha de meu pai era Nossa Senhora da Conceição.
Conceição, Maria da Conceição são nomes bem populares ao longo do século XX, perdendo espaços apenas no final do século, especialmente após os anos sessenta. Muitas crianças nascidas desde então foram batizadas - registradas - com nomes de origem indígena ou africana. Uma relação com os tempos de secularização e de espaços ganhos na lutas das "minorias"?
Possivelmente uma outra razão para a grande caminhada ao Morro da Conceição foi o sincretismo religioso, essa aproximação, entre a mãe de Jesus e a Mãe das Águas. Esse não é um fenômeno apenas recifense, nem mesmo brasileiro. Em todos os espaços onde ocorreu a catolicização do povo, no sofrimento próprio da América latina, a mãe de Jesus, a Mãe das Águas, tornou-se a Mãe dos pobres. Não mais advogada, como se reza na Salve Rainha, mas a mãe, a madrinha, uma pequena mãe, uma grande mãe dos pequenos.

Um comentário:

Anônimo disse...

A manhã do dia 8 de dezembro é cheia de movimento ao longo da Avenida Norte, especialmente o espaço entre a entrado do Córrgo do Euclides e a entrada do Vasco da Gama. É como se a cidade do Recife resolvesse visitar aquele pedaço de terra, quase santa. Na madrugada que inicia o dia, não é incomum assisitr pessoas andando desde os mais distantes bairros, até mesmo de Jaboatão dos Guararapes, em direção do Morro da Conceição.
No início do século XX, eram poucas as habitações naquela região. O Recife ainda não se expandira naquela direção. O Recife do Império navegava e se criara às margens do Rio Capibaribe, ocupando as várzeas da madalena, da Jaqueida, de Casa Forte, do Monteiro, até Dois Irmãos e Várzea, alí bem próximo de Camaragibe. Os espaços geog´raficos qque ficavam distante do Rio eram pouco procurados. Só muito lentamente é que Macaxeira de Santo Amaro foi sendo ocupado. Nesse quase deserto é que foi instalada uma pequena capela dwedicada à virgem da Conceição, no alto de um morro que hoje tem o seu nome. As pessoas devotas começaram a visitar a Santa, numa imagem alí colocada após uma promessa. As promessas e as notícias do atndimento dos pedidos tornaram o Morro um local de devoção popular. Interesante que, ao mesmo tempo em que as autoridades religiosas e cívicas, procuravam incentivar o culto a Senhora do Carmo, tornando-a padroeira da cidade, inclusive a igreja do Convento do Carmo foi tornada basílica, as camadas populares voltavam-se para a pequena capela situada no Morro da Conceição. Depois a Zona Norte da Cidade foi sendo ocuipada por migrantes vindos da Zona da Mata Norte do Estado. As fábricas de tecelagem da Torre e da Macazeira eram o ponto de emprego desses que vinham para o Recife em em busca de emprego. A Senhora do Morro da Conceição passou a ser parte da vida da população.
Uma pesquisa nos livros de batismos do final do século XIX e início do século XX, poderá confirmar uma hipótese: A Nossa Senhora da Conceição era tomada por Madrinha de muitos pobres. Na verdade,