terça-feira, novembro 27, 2007

Fim de semana em Aracaju penando no Pará

Este final de semana fiz mais uma viagem para Sergipe, ficando, desta feita, na capital. Foi mais uma série de palestra, um pequeno curso com o objetivo de refletir as relações entre a cultura e as religiosidades brasileiras. Encontrei um bom grupos de studantes que me pareceram bastante interessados nas questões brasileiras e, uma boa parte parte do grupo demonstrou estar familiarizada com os autores teóricos, embora poucos na sala tenham lido os clássicos da historiografia brasileira. É interessante como a discussão dos autores modernos, de preferência franceses, suplantas a leitura dos bons autores nacionais. Tenho conversado com alunos de historia que já leram quase toda a obra de Certeau , Foucault e outros, mas poucos se atreveram a ler gente como Capistrano, Sérgio Buarque e ouros, entretanto ostentam diplomas de História do Brasil. Aprendemos a interpretar, ou continuamos a interpretar as realidades brasileiras com um olhar majoritariamente exterior. Mas, como dizia, foi ótimo o período de convivência com aquelas pessoas que me fizeram cansar com tantas perguntas e debates.

Enquanto isso, no Pará, governado por Dona Júnia, aquela que parece achar normal colocar jovens do sexo feminino em cadeias para pessoas do sexo masculino, chega à superfície social mais um problema limite da sociedade brasileira: Não se sabe o que fazer com essa nova modalidade de criminosos, os do sexo feminino – com a aplicação de uma legislação que foi criada em um período que, por preconceito, parece não ter admitido que as mulheres pudessem ser delinqüentes. No Pará, diante desses últimos acontecimentos que estão chagando ao conhecimento social, as mulheres deliquem enquanto delegadas, juízas, secretárias de segurança e governadoras. Nenhuma delas percebeu que seria arriscado colocar uma mulher, independente da idade, em uma cela com homens brutalizados pela existência perversa que historicamente se formou neste país. Se tivesse havido algum bom senso tal situação não teria ocorrido. Ainda bem que o ministro da justiça, Tarso Genro, disse que, em janeiro do próximo ano, será liberada verba para que sejam feitas, pela governadora Júnia, as mudanças necessárias para sanar essa situação. Como os dois são do mesmo partido, creio que o problema está resolvido. É que, desde que os marqueteiros assumiram o poder, é dado como realidade aquilo que ainda irá ser feito.

No universo político pós moderno, o espetáculo é mais bonito pois não é ficção, é virtual.

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